O financiamento coletivo de ideias, de projetos socioculturais ou filantrópicos, de campanhas políticas e até de novos negócios tornou-se um grande mercado em todo o mundo. Conhecido como crowdfunding, o modelo baseia-se na captação de recursos financeiros para subsidiar iniciativas de interesse coletivo ou ações simpáticas a um certo grupo de pessoas. Pode ser um show, um livro, a reforma de uma escola, uma viagem. No crowdfunding, sonhar é permitido e sempre há alguém disposto a pagar pelo sonho.
Angariar recursos para ajudar alguém não é novidade. A filantropia tradicional pratica a redistribuição de capital há muito tempo e em todo lugar. O famoso concerto de rock Live Aid, realizado em 1985 com o objetivo de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia, é um dos exemplos mais emblemáticos desse tipo de ação mobilizadora. Estima-se que a transmissão televisiva dos diversos shows realizados (Londres, Filadélfia, Sydney, Moscou) tenha alcançado 1,5 bilhão de espectadores. Mas os tempos são outros e a internet se incumbiu de criar novos formatos, potencialmente mais virais do que a tevê, e também bancar projetos inovadores ou simplesmente desejos pessoais.
Modalidades
Existem diferentes modalidades de crowdfunding, sendo a mais comum a campanha por recompensas. Em troca do suporte financeiro, o investidor recebe contrapartidas ou prêmios compatíveis com o valor aportado. Segundo o site Fundable, especializado no suporte a empresas, uma campanha padrão desse tipo aplica-se a produtos tangíveis, com valores inferiores a U$ 100 mil, se estende por menos de meses e deve oferecer pelo menos três níveis de recompensas. Outras modalidades são as doações em si; o aporte de capital ao patrimônio de uma empresa (start-up); e a campanha de crédito, que é uma maneira de o empreendedor obter o recurso sem abrir mão de seu negócio para possíveis sócios. No site Kickante, atuante no Brasil, a CEO Candice Pascoal dá sugestões de “recompensas que funcionam”.
Jornalismo
Recentemente, a Global Investigative Journalist Network preparou um guia do crowdfunding para jornalistas (lista em inglês), com plataformas que apoiam profissionais e empresas a angariar fundos para reportagens, publicações ou transmissões de mídia. Na América Latina, o destaque da IJNet foi a plataforma Idea.me, que opera na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Uruguai e Estados Unidos.
Imagem sob licença CC no Flickr via Media Fundernet