Muita gente já ouviu falar em nanotecnologia. O termo se refere a uma ordem de grandeza que corresponde a 1 bilionésimo do metro. Essa é a escala de tamanho – a mesma de átomos e moléculas – dos produtos e materiais nanotecnológicos. Para se ter uma ideia de quanto eles são pequenos, basta dizer que 1 nanômetro (nm) é 100 mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo (1). Mas, se a tecnologia desenvolvida tem tamanhos diminutos, seus efeitos, ao contrário, são gigantescos. A nanotecnologia está presente hoje em inúmeros segmentos econômicos e nos produtos que eles oferecem à sociedade. Mais do que isso, participa de setores considerados estratégicos para o país, como saúde, meio ambiente, agronegócio, energia, defesa e outros (veja tabelas).
Foi por conta da importância socioeconômica da nanotecnologia que surgiu, em setembro de 2015, o NANOCOM – PORTAL BRASILEIRO DE NANOTECNOLOGIA. Liderado pelos jornalistas Rosa Symanski e Eder Santin, o veículo tem o objetivo de contribuir para o debate sobre políticas públicas, regulamentos, investimentos e sobretudo a difusão dos avanços, inovações e benefícios da nanotecnologia.
O projeto NANOCOM procura ocupar um lugar que estava vago no próprio Programa Brasileiro de Nanotecnologia, que tem como um de seus pilares a “disseminação da nanotecnologia na sociedade”. Assim, o portal pretende ser veículo de informações qualificadas, porém acessíveis a todos os leitores, trabalhando ao lado de empresas (tanto produtoras como usuárias de nanotecnologia), institutos de pesquisa e governo, sempre com o intuito de potencializar o intercâmbio e as oportunidades que tragam melhorias à sociedade.
O Brasil na linha do tempo
É fato que o interesse do homem pelo estudo de materiais em escala microscópica não é recente. A história da ciência está aí com seus testemunhos ao longo dos séculos. E a própria inclusão da nanociências e nanotecnologia na agenda da comunidade científica supera os 25 anos, conforme lembram os pesquisadores Flávio Plentz e Adalberto Fazzio (2). Um dos momentos importantes nessa trajetória, de acordo com eles, foi o lançamento do programa norte-americano “National Nanotechnology Development Strategy 2001-2010”, que despertou diversos outros países para o tema, inclusive o Brasil.
No fim de 2004, o Brasil criou a Lei da Inovação (nº 10.973, de 2/12/2004), conjunto de medidas de incentivos à inovação científica e tecnológica, visando o aumento da competitividade das empresas brasileiras. No mesmo ano nasceu a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), coordenadora do Projeto Estratégia Nacional de Nanotecnologia. Ainda em 2004, o Ministério da Ciência e Tecnologia lançou o Programa Desenvolvimento da Nanociência e Nanotecnologia no âmbito do Plano Plurianual (PPA) 2004-2007. Desde então, ao longo da década, a rede laboratorial se organizou em torno do SisNano e houve diversos workshops, entre muitas outras ações estruturantes.
Há pouco mais de 10 anos das primeiras ações governamentais sobre o tema, o lançamento do NANOCOM – PORTAL BRASILEIRO DE NANOTECNOLOGIA pela Cidadela Editora é mais uma pequena ação nesse universo de gigantes. Basta lembrar que o mercado total de produtos que incorporam nanotecnologias (incluindo semicondutores e eletrônicos) atingiu US$ 135 bilhões em 2007 e deve alcançar cerca de US$ 2,95 trilhões em 2015, segundo projeções feitas pela ABDI em 2010.
(1) Cartilha sobre Nanotecnologia, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), 2010
(2) Considerações sobre o Programa Brasileiro de Nanotecnologia, Flávio Plentz e Adalberto Fazzio (Ciência e Cultura, vol. 65, no.3, São Paulo, Julho 2013)
Acesse e confira: http://nanocom.com.br